Um novo caminho – parte I

Inverno Perdida,sozinha e com frio.  Sem vida,sem cor,sem luz. Sim,este é o jardim que já exibiu árvores frutíferas e flores que acordavam as mais profundas sensações de felicidade dentro de qualquer ser vivo. O que houve com ele ? Oh,sim ! já ia me esquecendo : O Inverno. O triste Inverno. Ele chegou sem aviso e trasnformou o meu mais precioso refúgio em um imenso tapete branco e sem vida. E eu já não reconhecia uma só folha do meu jardim.
Cansada de caminhar,com a respiração fraca e pesada,desesperada por não saber pra onde eu estava caminhando. E mais uma vez minha própria mente me prega uma peça e eu me vi de frente com algo que eu realmente nunca imaginei ter que encarar novamente. Eu sempre descartei possibilidades antigas com uma facilidade muito grande e com certa frequência,mas no segundo que meus olhos viram aquilo,eu prometi jamais dizer NUNCA novamente.
E ali estava ela,avistada pelos meus olhos cansados e quase fechados. Parada,imóvel,como sempre esteve. Eu só queria apoio,esconderijo,calor,eu precisava realmente de calor.  E bem na minha frente estava a fonte de um medo1237540595kv7Ki1h tão antigo,que eu mesma me recusava a acreditar que aquilo estivesse acontecendo.  A porta. Uma porta enorme e que aparentemente não tinha sido aberta havia séculos. E mais uma vez,o medo do desconhecido tomou conta de mim.
Me aproximei da porta,mesmo que completamente tomada pelo medo, e eu pude perceber que algumas folhas minúsculas saíam pela sua lateral. Seria mesmo possível que nesse lado do jardim – ainda desconhecido por mim – existisse vida ? Eu superaria um medo antigo em busca de algo novo,vivo ?
Minha respiração ainda estava fraca,minha cabeça ainda estava confusa,e minhas mãos… estavam abrindo a porta.

Lie To Me - Engane-me,se puder.

Quanto tempo faz que eu não posto aqui ! Desculpa gente,mas agora eu voltei :D
Eu nunca comentei que além de House,eu sou completamente viciada em Lie To Me. Então resolvi contar um pouco pra vocês sobre isso. Vamos lá.
A série mostra investigações de equipe de cientistas que funcionam como polígrafos humanos. Eles são os maiores especialistas em detectar mentiras do mundo. Liderados pelo Dr. Cal Lightman (Tim Roth) , que dedicou sua vida ao estudo das expressões corporais,o grupo formado pela psiquiatra Gillian Foster (Kelli Williams),Eli Locker (Brendan Hines) e Ria Torres,que possui talento natural para ler as expressões e interpretá-las,se envolvem em casos que vão desde um marido querendo descobrir se a mulher o traiu, ao desaparecimento misterioso de uma garota. 
Eu particularmente adoro o equilíbrio que a série trás entre os casos profissionais e a vida pessoal de cada membro do Lightman Group. Quando você consegue perceber uma expressão facial com 1/15 de segundo,não é muito fácil se relacionar com as pessoas. Esse é o outro lado da série,que mostra a cotidiano e a tentativa de manter suas vidas pessoais fora do trabalho. Coisa que muitas vezes não acontece. 
Lie To Me garantiu duas temporadas nos EUA, com probabilidade de ter uma terceira. Já no Brasil,a primeira temporada foi exibida pelo canal FOX e não tem previsão de estréia da segunda  :( Mas pra quem não consegue esperar,existem sites onde já dá pra baixar a segunda temporada completa e legendada \õ/ Como sou muito impaciente,baixei a segunda temporada e já vi e repeti vários episódios.
O legal também é que você pega prática (rs). Gente,é sério ! Só de assistir o primeiro episódio você já aprende o significado de algumas expressões,e a série mostra fotos de pessoas famosas para confirmar a teoria. Depois de um tempo você se torna um ótimo leitor facial. HAHA !
Bem,o post fica por aqui. Eu espero que vocês tenham gostado. Fiquem com uma pequena demonstração da série,e até a próxima !

                         

Mudança de Estação

Saudade. Uma palavra forte,e que talvez até seja até estranha e desconfortável  ao ouvido de quem a escuta. A saudade é nada mais que a luta de um sentimento para se manter vivo,resistindo ao que tenta apagá-lo.

Somos como as estações do ano,quem sabe. É um bom modo de comparar nossas emoções. O que poderia nos aquecer mais do que o calor de um abraço tão esperado,um sorriso sincero de alguém que tanto apreciamos,ou até mesmo um olhar lançado na nossa direção ? Como no verão,ou na primavera : árvores cheias de flores,de frutos e com suas folhas mais verdes e vivas do que nunca,mostrando externamente que por dentro,ela se encontra da melhor maneira possível.  Mas as estações precisam mudar.
É então que as folhas começam a cair,e aquela beleza de antes,vai dando lugar á sequidão e ao frio de um inverno rigoroso.  A distância e o tempo normalmente nos deixam em um inverno difícil de sobreviver,onde dentro de nós há uma guerra constante de memórias,buscando no mais profundo da nossa alma aquilo que poderia ser como o sol no verão. É nesse instante que temos que decidir,se vamos enterrar tudo aquilo que um dia nos fez bem na neve,e fingir que nunca esteve vivo,ou se vamos enfrentar o inverno esperando com toda a esperança que o verão e a primavera voltem,e tragam consigo a beleza e a alegria de tempos atrás. 


Vento no litoral




Assim que meus pés tocaram a areia molhada,a mais estranha das sensações tomou conta de mim. Eu sabia que precisava estar a sós comigo mesma,olhar um pouco pro nada... na verdade,o que eu queria mesmo era fugir da minha vida. Não abandoná-la,mas apenas esquecê-la um pouco.
As pegadas que ficavam na praia,eram mais pra mim que simples passos,eram a minha VIDA,a minha história. Subi em um pedra,abri os braços e me entreguei ao vento. Gritei,como se alguém fosse me ouvir. Chorei,como se alguém estivesse ali para enxugar minhas lágrimas. Mas não havia ninguém além de mim,e de todos os meus medos e angústias desaparecendo.
As lembranças mais ocultas começaram a brotar como flores na primavera,as mais dolorosas e as mais aconchegantes . Os abraços esquecidos,os carinhos que já não mais importavam,os olhares que tinham se perdido no tempo... tudo isso vinha á tona com uma intensidade descomunal.
As ondas batiam na pedra,o vento batia nos meus cabelos. O que estava acontecendo dentro de mim era mais do que simples saudade,era uma mistura de sentimentos que pareciam intermináveis.
Andando pela praia,o sol de fim de tarde parecia me iluminar como uma luminária sobre uma mesa. As árvores pareciam ter ensaiado cada movimento,e o céu... com aquele laranjado exuberante que proporcionava a quem via o maior e mais magnífico espetáculo já protagonizado.Os meus olhos molhados começaram a secar,e em minha mente a mais doce de todas as melodias tocava pra mim,apenas pra mim. O céu começava a escurecer,o sol dava lugar á lua e ao seu vento frio. Caminhar para casa me pareceu uma boa opção.
Eu ainda podia sentir as ondas sobre os meus pés,eu ainda podia sentir o vento daquela tarde. Mas já havia acabado. Abri a porta de casa com uma leveza que eu nunca antes havia sentido. Dei o primeiro passo a dentro com força,levantei a cabeça e recebi o melhor de todos os presentes : o olhar e o sorriso do meu melhor amigo.

Liberdade .


Um dia sem alma,um dia sem cor. Onde tudo e todos pareciam estar sem vida. A sensação que eu tinha era que  o céu estava ameaçando desabar sobre mim,e que a qualquer momento,ele podia fazê-lo. Sentei na cama e olhei o espelho,a imagem que ele refletia não era a que eu queria ver . Triste ? não,apenas sem graça.
O sol parecia não gostar do que via,e se escondia cada vez mais. Nuvens cobertas de escuridão pairavam sobre as cabeças de todos que arriscavam sair. Poderia piorar ? há quem diga que não.
Eu olhava pela janela em busca de qualquer coisa que tivesse vida lá fora - não a vida comum,que todos temos,mas a vida que gera vida,aquela que enche de luz tudo que a rodeia - e não achava. Foi então que o sol se ofuscou,parecia noite,mas dentro de mim,ainda existia uma chama,um grito que precisa sair,ou um simples suspiro guardado.
O barulho dos trovões lá fora assustavam qualquer um que tivesse audição,e eu continuava ali,calada e incolor. A chuva cai como se estivesse executando o mais lindo de todos os ballets,e ela me convidava pra dançar . Um convite assim,quem poderia resistir ?
A liberdade dentro de mim criava asas,eu sentia naquele momento que poderia voar,mesmo que por um instante. Eu estava completamente encharcada,abraçando a chuva e deixando que junto com ela fosse levadas de mim todo aquele cinza,aquela escuridão.

Eu sorria,mesmo que involuntariamente.Corria em direção á alguma coisa que nem mesmo eu sabia o que,mas corria. Me joguei na grama,enquanto os últimos pingos de chuva caíam sobre a minha cabeça. O Sol,agora com todo seu esplendor,parecia voltar com vontade,parecia querer iluminar a aquela terra incolor,mas que agora esbanjava cor,que tinha um brilho nunca antes visto,mas que sempre esteve ali,só precisava ser descoberto .

O Desconhecido e oculto.







Hoje,de qualquer maneira,eu precisava me lembrar de quem eu era. Mas de que forma ? olhando fotografias ? mexendo em papéis? não. Decidi eu mesma vasculhar minhas memórias atrás de algo que pudesse me mostrar o que me levou a ser quem eu sou. 
Abrir o jardim ? talvez . Entrar novamente em uma parte da minha mente que eu mesma tinha medo de revirar,seria um grande desafio. Abri o jardim,olhei em volta... rostos,lágrimas e sorrisos - que eu já não conhecia -  me cercavam. Era difícil  pra mim encarar quem eu fui,mas tive que fazer isso. Há coisas em mim que só poderiam ser compreendidas se eu soubesse de onde surgiram. 
Continuei andando,seguindo rumo a mim mesma. Quando dei por mim,começei a perceber o quanto eu havia mudado. Eu já não era mais tão incompreensiva,nem tão indiferente - frieza sempre foi uma das minhas maiores características - como sempre fui. Melhor ? eu não sei. Uns dizem que sim,outros preferem não opinar. 
Mas bem,voltando ao meu passeio por um dos meus jardins trancados...  Senti uma brisa fria,e o uivo do vento entre as paredes do jardim . Senti medo,confesso. Mas a vezes é preciso encarar nossos medos para que se possa seguir adiante . Decidi continuar andando e achei uma porta. Eu teria coragem o suficiente para entrar ali,no desconhecido ? Quem sabe em uma outra oportunidade.
Dei meia volta,voltei ao começo,tranquei o jardim mais uma vez e voltei a ser quem eu sou. 
Entrar e abrir aquela porta ? num dia menos frio,seria bem provável.

A sétima chave .



Como esse é o primeiro post,me sinto na obrigação de explicar como este blog nasceu . "O Jardim Secreto" ou "a Sétima Chave". Coloquei esse nome no blog porque aqui é literalmente a sétima chave .Onde estarão escondidos os meus mais profundos suspiros,as mais loucas idéias e todos os meus passos infalsos.  Quem nunca ouviu alguém dizer: "isto está guardado às sete chaves " ?,e é aqui que você vai encontrar a minha. Um jardim secreto,onde os meus pensamentos ganham vida e os meus mais ocultos devaneios são revelados.
No começo,pensei em escrever apenas sobre minhas tristezas . Mas,não.  Quero que a pessoa retratada aqui seja nada mais do que alguém comum . Que ama,que chora,que sorri e odeia. Bem vindos ao meu esconderijo,ao meu mundo,ao meu jardim secreto.


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